quinta-feira, 4 de maio de 2017

Não quero ser eu

Vinte um de Abril de 2017

Hoje eu não quero ser eu.
Não quero ser a pessoa que compreende os ditames dos Deuses.
Não quero ser o paizão que mesmo aborrecido e preocupado com trabalho, chega em casa e senta-se no chão para brincar com os filhos.
Não quero ser o advogado que passa o dia pensando. O dia resolvendo, o dia lutando.
Não quero ser o amigo que se apresenta nas horas difíceis, nem nas fácies.
Não quero ser o filho zeloso e carinhoso.
Não quero ser irmão de ninguém.
Quero ser o marido confiante e amado.
Ou talvez um lutador se isso não for possível.
Um capaz de derrubar qualquer adversário, porém mesmo com força e habilidade seria surreal me golpear até cair.
Quem sabe um bebê de colo recém chegado.
Que a família abraça e beija.
Acalanta e faz dormir.
Daqueles muito amados e planejados e esperados e tudo mais...
Um daqueles que para todos os lados encontra um refúgio.
Um que ao primeiro chorinho alguém coloca no colo e faz um carinho...
Ah esqueci, também não adiantaria.
Não posso chorar.
Se isso acontecer só vou sentir mais uma dor a de chorar sozinho e sem berço.

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